Noite de Yalda
Shab-e Yalda, a “Noite do Nascimento” (ou Shab-e Chelleh, ou “Noite dos Quarenta dias de Inverno”) remonta aos tempos antigos em que os Zoroastrianos acreditavam ser a noite do nascimento de Mitra, a divindade Persa do sol, da sabedoria, do bem e da verdade. Trata-se de uma das mais belas e mais antigas celebrações realizadas no Irão em homenagem à luz e à vida, onde os rituais e celebrações são realizados de formas diferentes com base nas tradições particulares de cada região.
A palavra Yalda significa “o nascimento”, e a Noite de Yalda é uma ocasião em que os Iranianos e todas as pessoas que vivem nos territórios Persas e sob a influência da sua cultura celebram há séculos o início do solstício de Inverno, que é a noite mais longa do ano, com várias festas e actos rituais e simbólicos. A noite de Yalda é o resultado da visão da cultura Iraniana sobre este evento natural e é considerada a mais importante celebração Iraniana a seguir ao Nowruz (celebração do início do Ano Novo Persa).
Por todo o país, os Iranianos celebram a noite de Yalda, durante o período entre o pôr-do-sol do último dia do Outono e o nascer do sol do primeiro dia de Inverno que coincide com a noite mais longa e mais escura do ano no hemisfério norte da terra. Trata-se de uma das cerimónias mais tradicionais no Irão, em que as pessoas reúnem os amigos e familiares para comer comida regional e recitar contos tradicionais e poesia, especialmente o Divan-e Hafez ou o Épico dos Reis, Shahnameh, de Ferdowsi, ou até leitura dos signos, pela noite dentro. Nesta noite, são servidos bolos, frutos secos e frutas do Inverno, especialmente a romã, o diospiro, e a melancia, que são particularmente significativas. A cor vermelha nestas frutas simboliza os tons carmesim do amanhecer e do brilho da vida.
Shab-e Yalda foi oficialmente inscrito na Lista do Património Nacional do Irão numa cerimónia especial em 2008.
O ritual de Yalda, uma homenagem à luz e à vida
Noite de Yalda celebrado em Sarpol-e Zahab, na provincial de Kermanshah
O poeta Persa do século XIII, Saadi, escreveu no seu Butstan (colecção de poemas): “A verdadeira manhã não chegará, até que a noite de Yalda se tenha ido embora.”