O Irão
O Irão, também chamado Pérsia, e oficialmente República Islâmica do Irão, é um país da Ásia Ocidental. Com 83 milhões de habitantes, é o 18º país mais populoso do mundo e seu território cobre 1.648.195 km², tornando-o o segundo maior país do Médio Oriente e o 17º maior do mundo. Situado entre o Mar Cáspio, no norte, e o Golfo Pérsico, e o Golfo de Omã, no sul, faz fronteira com o Afeganistão, a Arménia, o Azerbaijão, o Iraque, o Paquistão, a Turquia e o Turquemenistão, mas também compartilha fronteiras marítimas com o Cazaquistão e a Rússia (no Mar Cáspio), Bahrein, Kuwait, Omã, Qatar, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos no Golfo Pérsico e no Mar de Omã. A sua localização central na Eurásia e na Ásia Ocidental, e sua proximidade com o Estreito de Ormuz, conferem-lhe grande importância geoestratégica. Teerão é o centro político e económico do Irão, e a maior e mais populosa cidade da Ásia Ocidental, com mais de 8,8 milhões de habitantes na cidade e 15 milhões na área metropolitana. Outras grandes cidades são Mashhad, Isfahan, Karaj, Tabriz, Shiraz, Ahvaz e Qom.
A longa história do país e o rico legado cultural são atestados pelo impressionante número de 23 locais classificados como Património da Humanidade pela UNESCO, ou seja, o terceiro maior número da Ásia e o décimo maior do mundo.
Historicamente um país multiétnico, o Irão continua a ser uma sociedade pluralista, composta por numerosos grupos étnicos, linguísticos e religiosos, sendo os maiores Persas, Azeris, Curdos, Mazandaranis e Lurs. Os idiomas falados são o persa (persa, oficial), o curdo, o azeri, o árabe e o baluche. A religião oficial é o Islamismo xiita.
O Irão é um membro fundador da ONU, ECO (Organização de Cooperação Económica), OIC (Organização para a Cooperação Islâmica) e OPEP (Organização dos Países Exportadores de Petróleo). Grande potência regional e média potência mundial, as suas grandes reservas de combustíveis fósseis – incluindo o maior suprimento de gás natural do mundo e a terceira maior reserva comprovada de petróleo – exercem considerável influência na segurança energética internacional e na economia mundial. A economia depende principalmente da exportação de petróleo, gás e produtos petroquímicos, mas outros sectores, tais como como a agricultura, a indústria, a ciência e a tecnologia também se desenvolveram e contribuem de forma assinalável na robustez económica do país.
O sistema político do Irão repousa nos valores islâmicos e na participação do povo no processo de tomada de decisão por meio de eleições. Em Fevereiro de 1979, o Aiatolá Ruhollah Khomeini, então exilado em Paris, regressou ao seu país para liderar uma Revolução Islâmica e lançar os caboucos da primeira República Islâmica do mundo. A forma de governo da República Islâmica baseia-se na separação de poderes (legislativo, executivo e judicial), evidenciando, pois, elementos de uma democracia religiosa pela qual os cidadãos elegem o Presidente da República, os membros do parlamento e os órgãos do poder local. O garante do sistema é Líder Supremo, indiretamente eleito pelo povo.
Perfil do país:
Nome oficial: Jomhuri-ye Eslami-ye Iran
Forma abreviada: Irão
A forma longa: República Islâmica do Irão
Antigo: Pérsia
Código ISO do país: IR, IRN
Tempo: Hora Local = UTC + 3,5h (verão UTC + 4,5h)
Código telefónico do país: +98
Capital: Teerão
A pronúncia persa para Irão é [ʔiːˈɾɒːn], sendo que a conversão fonética em inglês da Commonwealth, listada no Oxford English Dictionary oferece ɪˈrɑːn e ɪˈræn /, se bem que os dicionários de inglês americano, tal como Merriam-Webster’s, fornecem pronúncias que remetem para ɪˈrɑːn, -ˈræn, aɪˈræn. No Random House Dictionary oferecem-se como possibilidades ɪˈræn, ɪˈrɑːn, aɪˈræ/. Por seu turno, o dicionário Cambridge lista ɪˈrɑːn como a pronúncia britânica, e ɪˈræn como a pronúncia americana. Da mesma forma, o Collins English Dictionary de Glasgow fornece pronúncias em inglês e inglês americano. O guia de pronúncias do Voice of America também fornece ɪˈrɑːn. A pronúncia do inglês americano aɪˈræn eye-RAN pode ser ouvida nos media dos EUA. No The Washington Post, Max Fisher prescreveu i rɑːn para o Irão, proscrevendo o uso de aɪˈræn. O American Heritage Dictionary do idioma inglês, na sua edição de 2014, abordou o tópico das pronúncias do Irão e do Iraque, convocando para tal um painel de especialistas. De acordo com esta orientação, as pronúncias ɪˈrɑːn e ɪˈræn foram consideradas igualmente aceitáveis, enquanto ɪˈrɑːn foi preferido pela maioria dos participantes do painel. Com relação à pronúncia aɪˈræn, mais de 70% dos participantes consideraram inaceitável. Entre as razões apontadas pelos participantes do painel estavam a ræn “conotações hawkish” e soa “mais irritado”, “xenófobo”, “ignorante” e “não cosmopolita”. A pronúncia aɪˈræn permanece padrão aceitável, refletida na entrada para o Irão no próprio American Heritage Dictionary, bem como em cada um dos outros principais dicionários de inglês americano.
Porém, antes do Irão ser chamado de Irão, e antes dos iranianos ali viverem, o território foi povoado pelos chamados Elamitas que se constituíram em reino (Elam), mencionado na Bíblia. Sujeito a constantes guerras debilitantes com os Assírios, Elam foi finalmente tomado pelos Medos iranianos, que na sua expansão também derrotaram o poder Assírio. Irão provém, pois, de ariano, assim doravante mencionado no Avesta, livro sagrado do Zoroastrismo. Por volta de 500 a.C, o atual Irão era o centro do Império Persa, o maior que até então o mundo conhecera. No último quartel do século III a.C, Alexandre, o Grande, conquistou o país, derrubando a dinastia Aqueménida. Após séculos de relativa obscuridade, já na era comum, a região seria de novo reunificada pela dinastia Sassânida iraniana (224-651) que forjou um poderoso estado que disputou o poder regional com o império romano.
Em 1935, através de circular enviada a todas as embaixadas estrangeiras em Teerão, o governo iraniano solicitou aos países com os quais mantinha relações diplomáticas que doravante chamassem a Pérsia de “Irão”, o nome do país em persa pelo que a designação oficial de Irão passou a aparecer na correspondência oficial e nos noticiários. Inicialmente, a designação surgia estranha aos não-iranianos, pelo muitos não conseguiam reconhecer sua relação com a Pérsia. Alguns ocidentais pensaram tratar-se, talvez, de um dos novos países então constituídos, tais como o Iraque e a Jordânia, surgidos das ruínas do Império Otomano, um país da África ou do Sudeste Asiático que acabara de aceder à independência; e não poucos o confundiram com o Iraque, entidade recente criada em 1921. Nas décadas que se seguiram, vários eventos marcantes – a invasão aliada do Irão em 1941 e a nacionalização da indústria do petróleo sob o primeiro-ministro Mohammad Mosaddeq – colocaram o país nas manchetes, pelo que o nome “Irão” se tornou geralmente aceite, enquanto “Pérsia” foi caindo em desuso, se bem que na Grã-Bretanha muitos teimassem em dar uso à antiga designação.
Este artigo inspira-se em “Persia or Iran”, de Ehsan Yarshater, publicado em Iranian Studies, vol. XXII, nº 1, 1989.