Cerimónias de Luto de Ashura
Moharram
O mês de Moharram é o primeiro mês do calendário Islâmico. É um dos quatro meses sagrados do ano, durante o qual a guerra é proibida em que a maior tragédia e opressão da família do Profeta ocorreu na história do mundo muçulmano. É tido como o segundo mês mais sagrado, depois do Ramadão. Uma vez que o calendário Islâmico é um calendário lunar, Moharram move-se de ano para ano quando comparado com o calendário Gregoriano. O décimo dia de Moharram é conhecido como o dia de Ashura, parte do luto de Moharram para Muçulmanos Xiitas e um dia de jejum para Muçulmanos Sunitas.
Tasu’a e Ashura
Ashura é um dos eventos que mais atenção atraiu dos Muçulmanos ao longo da história, que para além do seu extenso papel e profundo impacto social e histórico, tornou-se, nos dias de hoje, um evento cultural especial.
A popularidade deste dia entre os Muçulmanos é impulsionada pelo evento de Ashura no 61 AH (680 dC). Tendo em conta que os principais eventos de Karbala ocorreram no nono e décimo dia do mês de Moharram al-Haram, estes dois dias tornaram-se mais proeminentes, com os nomes de Tasu’a (“Ta’sa” em árabe significa “Nove” e “Tasu’a” significa “Nono dia”), e Ashura (“Ashor” significa “Dez” e Ashura, que significa 10º dia), marcando o clímax da reflexão do mês de Moharram.
Durante estes dias, o Imam Hussein ibn Ali (AS), o terceiro Imã de acordo com os Xiitas filho de Ali ibn Abi Talibe (AS) e neto do profeta Mohammad (Maomé) (AS), e 72 dos seus seguidores foram martirizados em batalha de Karbala por um destacamento militar maior das forças do califa Omíada Iázide I nos arredores de Karbala, hoje uma cidade no actual Iraque.
Tasu’a é o nono dia de Moharram e véspera de Ashura. Vários acontecimentos ocorreram neste dia, incluindo: A entrada de Shemr em Karbala acompanhado por um exército de quatro mil homens; a concessão de salvo-conduto às crianças de Umm ul-Banin; preparação para a guerra; e Imam Hossein ibn Ali e os seus companheiros foram sitiados pelo inimigo (como parte da Batalha de Karbala). O dia é atribuído a Abbas ibn Ali (AS) devido às suas acções enquanto comandante no exército de Imam Hossein ibn Ali (AS), em que rejeitou o salvo-conduto e o pedido para que abandonassem Imam Hussain ibn Ali (AS) e obedecessem Iázide.
A maioria dos Xiitas considera o aniversário da batalha um dia de luto sagrado e nessa data ritualmente recriam a morte de Imam Hussein Ibn Ali (AS), sendo o maior luto que acontece neste mês. Este luto geral começa com o uso da roupa preta e a enfeitar as ruas, mesquitas, Husseiniyas, etc., com bandeiras de luto.
Depois da Ashura, o luto continua em momentos diferentes, mesmo até ao mês Safar. Os feriados oficiais de Tasu’a e Ashura são de dois dias no calendário Iraniano.
Uma Husseiniya no Irão. O luto de Moharram é realizado anualmente na maioria das cidades e aldeias do Irão por Muçulmanos Xiitas. Embora todo o tipo de cerimónias sejam realizadas para memória do Imam Hossein e dos seus seguidores do martírio, têm estilos e regras diferentes que reflectem as várias culturas.
Arba’een ou Chehellom em Persa, que significa “o quadragésimo dia”, é uma observância religiosa que ocorre quarenta dias após o Dia da Ashura. Comemora o martírio de Imam Hussein ibn Ali (AS), o neto do Profeta Mohammad (Maomé) (AS), que foi martirizado no 10º dia do mês de Moharram. O Imam Hussein ibn Ali e 72 dos seus companheiros foram martirizados pelo exército de Yazid I na batalha de Karbala em 61 AH (680 dC).
Arba’een ou quarenta dias é também a duração típica de luto após a morte de um membro de família ou ente querido em muitas tradições Muçulmanas. Arba’een é um dos maiores encontros de peregrinação no mundo, em que milhões de pessoas participam numa peregrinação até a cidade de Karbala, no actual Iraque.
O significado do número 40 tem raízes num ditado (hadith) do Profeta Mohammad (AS): “No dia do julgamento, entre o meu povo, Deus considerará quem memorizou quarenta hadiths como um homem erudito”.
Numerosos estudiosos Islâmicos reuniram colecções de quarenta hadiths, citando o profeta e os imãs, que o seguiram através da corrente Xiita.
Milhões de peregrinos Xiitas de todo o mundo participam numa peregrinação até a cidade Iraquiana de Karbala, onde se encontra o santuário sagrado do Imam Hussein (AS), numa reunião sagrada anual conhecida como Arba’een, que ocorre quarenta dias após o dia da Ashura.