Artesanato persa: as melhores lembranças do Irão
1- TECIDOS TRADICIONAIS
Cada cidade do Irão produz o seu tipo de tecido único, pelo que os trajes tradicionais regionais projectam essa rica diversidade, em que sobressaem o Qalamzani – técnica de estampagem especial utilizada em Esfahan – o Pateh – cultivado pelas mulheres em Kerman e caracterizado por padrões abstractos em tecidos de lã grossa com suturas de algodão colorido – e o Termeh, originário de Yazd, com desenhos paisley estampados em tecidos de seda.
2- GIVEH
Giveh é um calçado de verão em tecido leve, feito de tapete, seda e couro durável e adequado para longas caminhadas, especialmente para homens do campo. É um dos mais conhecidos artigos do artesanato iraniano, sendo que os mais apreciados provêm de Fars, de Isfahan, de Chaharmahal, Bakhtiari, Kermanshah e Zanjan. Todas as fases do processo da produção do Giveh é inteiramente artesanal. Concebido com belas cores e padrões, o Giveh conheceu recentemente um notável rejuvenescimento a partir do momento em que os artistas locais tentaram afeiçoar esta arte tradicional ao gosto das gerações mais jovens, dando assim uma nova vida a este antigo ofício.
3- MINAKARI
Minakari é o processo de pintura e coloração através de esmaltagem de superfícies de metais e azulejos cerâmicos. Esta arte remonta a mais de 5.000 anos e o resultado é um dos mais famosos artesanatos Iranianos. Envolve geralmente desenhos intrincados (principalmente utilizando formas e desenhos geométricos para criar belos padrões de flores e pássaros) e é aplicada como elemento decorativo para pratos, recipientes, vasos, molduras, ornamentos de exposição e jóias. A cor predominante no Minakari é o azure, embora o vermelho e o verde sejam também amplamente utilizados. Hoje em dia, esta arte recorre principalmente ao cobre, mas também pode apresentar trabalhos em ouro e prata.
O ouro é o único metal que não oxida quando o esmalte funde, pelo que permite um desenho mais detalhado do esmalte, enquanto que o cobre e a prata não têm esta qualidade. Esfahan é o centro desta magnifica arte artesanal. No antigo bazar da cidade, encontrará os exemplos de Minakari em forma de pratos, potes, chávenas e outros objectos decorativos.
4- TAPETES PERSAS
O tapete Persa é um elemento essencial da arte e cultura persas. A tecelagem de tapetes é indubitavelmente uma das manifestações mais características da cultura e arte persas e remonta à antiga Pérsia.
O luxo a que se associam os tapetes Persas forma um surpreendente contraste com sua modesta origem entre as tribos nómadas. O tapete era um bem necessário para protecção contra os rigores do inverno, mas posteriormente converteu-se num meio de expressão artística marcado pela liberdade do artesão, possibilitando-lhe a escolha das cores e dos motivos decorativos. Os segredos da tecelagem têm passado de geração em geração, recorrendo os mestres do ofício a insetos, plantas, raízes, cascas e outros ingredientes como fonte natural para tingir a lã e seda.
A partir do século XVI, a tecelagem de tapetes desenvolveu-se até converter-se em arte.
Os principais centros clássicos de produção de tapetes localizavam-se em Tabriz (1500-1550), Kashan (1525-1650), Herat (1525-1650), e Kerman (1600-1650). No entanto, hoje práticament todas as cidades e regiões do Irão, de Ardebil e Meshginshahr a Mashhad e Joshaghan, de Teerão, Varamin e Qom a Yazd e Baluquistão, desde Sanandaj e Hamadã às tribos Bakhtiari e de Luristão desenvolveram desenhos, tipos de tecidos e técnicas de tecelagem caracteristicamente próprios.
Os tapetes Persas podem ser divididos em três grupos: Farsh ou Qālii (para medidas superiores a 1,80 x 1,20 metros), Qālicheh (para medidas iguais ou inferiores a 1,80 x 1,20 metros), e tapetes nómadas conhecidos por Gilim ou Kilim, (incluindo o Zilu típico de Yazd, significando tapete tôsco).
Mundialmente famosos, os tapetes Persas são, peças de grande valor, pelo que adquirir uma destas peças pode ser a melhor recordação que levará consigo do Irão! Se não quiser comprar um tapete (Farsh) de seda tecido à mão por nomadas, pode optar um produto mais em conta, tal como um tapete mais pequeno (Qālicheh), ou mesmo um Gilim (Kilim), Zilu ou Gabbeh. As almofadas com motivos tradicionais também podem ser uma boa escolha, pois podem ser facilmente dobradas e transportadas na mala.
As muitas linhagens de tecelões envolvidas na produção de tapetes, espalhadaspor toda a geografia do país, desenvolveram peças específicas em estilo, design e textura que ganharam renome mundial. Desde de tapetes Turquemenos no nordeste do Irão, em Mashhad e Joshaghan, com os seus desenhos simétricos com lã em que predominam o vermelho escuro e o azul, para o noroeste do Irão, em cidades como Tabriz e Ardabil, em que a seda é adicionada à textura, com os desenhos mais elaborados, tais como desenhos de jardins e figuras.
No centro do país, temos Esfahan, Qom, Kashan, e Nain, cujos desenhos de tapetes são únicos, nomeadamente com desenho de medalhões. Também é comum o que é conhecido como o desenho monumental, tal como a imitação de desenhos de mesquitas em tapetes. Continuando em direcção ao sul, a cidade de Kerman com os seus tapetes de alta qualidade e desenhos que incluem jardins e jarras. Os tapetes Kerman são conhecidos por serem de altíssima qualidade, ao ponto de haver um ditado na língua persa usado para elogiar alguém em relação à sua idade: “Está tão bem, tal como um tapete de Kerman”!
5- KHATAMKARI
Khatam é outra conhecida arte iraniana que carrega uma longa história. Trata-se de uma antiga técnica Persa de marchetaria em que as figuras artísticas são formadas por delicadas peças de madeira, osso e metal cortados em padrões geométricos, precisos e intrincados, principalmente para revestir superfícies de madeira. Khatamkari e Khatambandi referem-se à arte de elaborar um Khatam. Trata-se de arte muito precisa e delicada que requer muito cuidado e trabalho e socorre-se para a sua produção de materiais tais como a madeira, ossos (elefante, camelo e osso de cavalo) e fios metálicos. Os artistas aplicam estes materiais para fazer caixas de jóias, molduras fotográficas, canetas e outros objectos decorativos. Embora algumas destas obras de arte obedeçam a padrões geométricos, outras há que integram imagens em miniatura. Khatamkari pode certamente ser uma valiosa lembrança ou presente para os seus amigos, familiares ou mesmo para si próprio.
Khatam é produzido principalmente em Shiraz, Esfahan e Teerão.
6- OLARIA E CERÂMICA
Uma breve visita ao Museu Nacional do Irão revela a longa história da cerâmica do país, a qual remonta a milhares de anos. Hoje, cidades como Lahijan, Maybod, e Natanz preservaram esta arte antiga, produzindo diferentes produtos sob a forma de recipientes e copos pintados à mão. A cidade de Lalejin na província de Hamadã, está listada como a capital da olaria no mundo.
7- QALAM ZANI
Esta é uma das artes tradicionais do Irão e que inclui decoração e pintura de motivos em objectos metálicos, especialmente cobre, ouro, prata e latão. Ofício milenar, tornou-se popular desde a era Aqueménida e atingiu o seu auge na era Sassânida. Hoje, os artistas enchem primeiro o objecto com betume e gesso e seguidamente desenham sobre ele o padrão desejado. No antigo bazar de Esfahan, os turistas podem ouvir o som dos artistas que trabalham para manter viva a arte de Qalamzani.
8- TURQUESA E FIROUZEH KOUBI
Neyshabur não é apenas famoso por causa de Omar Khayam, o grande poeta Iraniano. Nos arrabaldes da cidade, existem inúmeras minas de onde é extraída a pedra turquesa utilizada para produzir jóias. Na cultura Iraniana, à turquesa atribuiu-se um valor terapêutico e curativo. Além disso, a cor turquesa é amplamente utilizada nas decorações de mesquitas e palácios Iranianos. A pedra turquesa é também utilizada em obras de arte como a Firouzehkoubi, artesanato Iraniano especializado na colocação de pequenos fragmentos de pedras turquesas na superfície de recipientes, ornamentos e objectos decorativos sobre bases de cobre, latão, prata ou bronze. Entre as peças de turquesa encontra-se uma laca escura. Quanto mais densas são as pedras turquesas e quanto mais curta a distância entre as peças turquesas, maior é o seu valor artístico.
9- BORDADOS PERSAS
Os bordados constituem uma das mais requintadas expressões artísticas persas, oferecendo motivos florais, particularmente figuras e padrões relacionados com a caça e animais. Os bordados do Baluquistão, exibindo grande maestria, são dos mais cobiçados. Englobam um vasto leque de tecidos, e são usados para decorar punhos, calças, aplicções nos punhos, mas também usados como peças decorativas nas costas e no topo dos chadors. Uma vez que os vestidos locais são usados por mulheres em muitas cidades e regiões, este bordado é popular em todas as grandes ou pequenas cidades e aldeias de Zahedan e Saravan, no leste, e no Iranshahr, no oeste. Qasemabad orgulha-se de ser a cidade natal de dois renomados artistas deste ofício: Zarkhatun Baluchi e Mahtab Jahan Bani.
10- MONABBAT KARI
Recorrendo a uma ferramenta de corte, a um cinzel ou um maço, cria-se uma figura ou um ornamento escultórico a partir de um bocado de madeira. A realização das esculturas de madeira é hoje em dia muito menos praticada do que outros materiais, tais como o bronze e a pedra, pelo se foi tornando raro e cobiçado.
Malayer, cidade de Hamadã, tornou-se num núcleo global para a escultura em madeira e mobiliário em madeira esculpida, mas noutras cidades – Golpayegan, Esfahan, Shiraz, Abadeh, Shahrud – floresceram oficinas especializadas nesta arte.